Ficar de castigo 2

Fazer um simples mapa com as fotografias e as funções de cada um e afixá-lo num local bem visível (no quarto ou na cozinha) pode surtir grandes mudanças. «Se ficar assinalado no mapa que cumpriram as tarefas do dia, isso dá-lhes vontade de continuar a colaborar. Os pais podem até combinar uma recompensa se, no final do dia ou da semana, todos os objectivos previstos forem cumpridos.» Uma ida ao cinema ou a um passeio há muito desejado podem fazer a diferença. Desenhar uma carinha feliz quando se portam bem ou, pelo contrário, infeliz quando não correspondem ao combinado, tem um grande impacto nas crianças mais pequenas. Os horários podem também ficar definidos no mapa – como a hora de estar pronto para ir para a escola ou de ir para a cama. «Há uma grande dificuldade em fazer com que os filhos se deitem cedo mas é fundamental, não só para as crianças mas também para os pais que precisam de ter um tempo só para si». Vale a pena fazer um esforço e dedicar pelo menos dez minutos para ler uma história, conversar ou brincar com os filhos antes de irem para a cama. E quando o relógio marca a hora, toca a dormir, sem concessões.

REPREENDER DE FORMA JUSTA E EFICAZ

«Não comes, ficas sem ver televisão durante uma semana». «Não fizeste os trabalhos de casa, não há consola durante um mês...» Ameaças como estas são frequentes mas inconsequentes porque raramente são levadas até ao fim. «Os pais precisam de aprender a dar castigos, que não sejam demasiado longos e que estejam relacionados com o comportamento em causa. O que é que o almoço ou o jantar tem a ver com ver televisão? Nada», adverte a psicóloga Eva Delgado Martins. «A importância do castigo é mostrar que há consequências se as regras não forem cumpridas. Quando o castigo é impossível de ser cumprido, não vai ter efeito. A punição deve ter também uma relação directa com o acto em falta». É mais sensato e eficaz dizer: se não comes agora, só poderás comer à hora da próxima refeição; se não fizeste os trabalhos de casa, vais ter de os fazer agora a dobrar, os de ontem e os de hoje...

«E porque não perguntar à criança que castigo é que ela merece? Por vezes elas referem coisas que nós nem imaginamos que têm importância para elas.» Um erro comum é mandar a criança para o quarto de castigo. «O quarto não deve ser um lugar mau, se assim for, a criança evitará brincar ou dormir lá. É preferível sentá-la num banquinho no corredor para acalmar, até que ela verbalize o que fez de errado e peça desculpa», aconselha a psicóloga. Os pais devem evitar discordar à frente da criança quanto à forma de repreensão. «Mesmo que no momento não se concorde, mais vale calar e argumentar apenas quando o filho não estiver a ouvir». O consenso entre pai e mãe não é fácil, cada um tem origens diferentes, com costumes e modelos de educação distintos. Mas é preciso «educar em conjunto para dar segurança aos filhos». Sabendo que cada criança e cada situação são diferentes. O esforço das crianças precisa de ser valorizado. Cada conquista, merece um elogio.

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